Fernando Pereira

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Cidade e Muceque





 Reis Ventura (1910-1988), Cidade e Muceque (1970).

Apresentando sete contos – O Homem das Sete Caras, Um Negócio bem Montado, Gente do Subúrbio, A Estalagem do Leão, O Cadillac, O Velho Bernardo, Tschimolonga, Carabina de Precisão e Olhos Assustados, este volume retoma ficcionalmente a temática dos trágicos acontecimentos de 1961 que o autor já havia tratado em Sangue no Capim (1962).
Esta abordagem é, aliás, explicitada nos textos que compõem as badanas, onde fica também evidente o compromisso ideológico do autor, a sua defesa do regime, e o orgulho perante a dinâmica civilizacional portuguesa implementada em Angola, como se constata nas seguintes passagens:
"A Luanda destes contos é a da década de sessenta, que já vai no meio milhão de habitantes, e já ergue prédios com mais de vinte andares, e já nos mostra um tráfego automóvel semelhante ao de Lisboa ou Porto, e já por vezes reune, na placa de estacionamento do seu aeroporto, quatro ou cinco grandes jactos intercontinentais. Esta é a Luanda de hoje, toda ela uma orgulhosa resposta ao desafio do terrorismo.
Por isso mesmo, insensìvelmente, sem um plano preconcebido nem uma prévia selecção de assuntos, todos os contos deste livro, menos um, são directa ou indirectamente relacionados com os acontecimentos e consequências da agressão cometida contra Angola."
Apesar de tudo, Reis Ventura não deixa de manifestar ainda uma certa preocupação humanitária e de preconizar uma particular ideia de convívio e irmandade anti-racista, particularmente no conto Olhos Assustados, onde se evocam alguns contornos das chacinas de 1961 e a variante de um episódio já narrado em Sangue no Capim.
Já nos contos O Velho Bernardo e Tschimolonga surgem retratos da aculturação dos autóctones de raça negra, que se assumem como contraponto aos denominados matumbos, por um lado, e, por outro, aos terroristas.
Mas é no conto Carabina de Precisão, de que se transcrevem abaixo alguns parágrafos, que se desenvolve a mais complexa e expressiva tensão interior em uma única personagem, através da narrativa de uma situação de combate, contexto que até então apenas tinha tido equivalente, na literatura colonial portuguesa deste período, em Aquelas Longas Horas (1968), de Manuel Barão da Cunha.
"Assim se agitava na teia complicada dos seus amargos pensamentos, quando reparou que o combate já durava tempo demais. Normalmente ele dava o primeiro tiro, sempre que a patrulha portuguesa vinha ao nível de pelotão. O bando disparava então todas as suas armas e fugia logo, pois todos sabiam que os soldados portugueses eram rápidos e implacáveis na resposta.
Mas, agora, o combate ainda durava. E ao crepitar das metralhadoras, juntava-se, de vez em quando, o sopro ardente das bazucadas.
Com o seu instinto de bom soldado, o homem da carabina de precisão regressou de repente à consciência do perigo circundante. Apurou o olhar em redondo e apercebeu-se de que algo de especial estava a acontecer. O seu bando não fugira porque estava cercado. Os emboscados afinal eram eles.
Com infinita cautela, passando de ramo em ramo com a silenciosa agilidade dum gato selvagem, espreitou para todos os lados, com aquela agudeza visual que era uma das suas melhores qualidades de combatente. E teve um sobressalto ao concluir que havia, no cerco aos terroristas, mais de um pelotão. Sentiu na água dos olhos e no tutano dos ossos o álgido frio do medo à morte. Porque ele também estava dentro do cerco e sabia que os portugueses o procuravam há longos meses, para lhe cobrar o preço dos alferes abatidos. E verificava que ele e o seu bando, cujo comando aliaz lhe não pertencia, (os grandes cabecilhas do terrorismo não estavam bem seguros dele, porque ninguém confia muito num desertor, não é?...) – verificava agora que ele e o seu bando tinham de se haver com dois pelotões, talvez com uma companhia inteira.
Então havia, pelo menos, mais dois alferes.
Retezou os músculos, como a hiena que prepara o salto, e pôs-se à procura dos oficiais. Da sua posição elevada pode confirmar que um segundo pelotão avançava do lado contrário à picada, vindo do interior da mata. E pronto! – lá começava o fogo de morteiro...
Compreendeu que o seu bando estava fechado num círculo de fogo. E não se esquecia de que a tropa portuguesa sabia fazer as coisas... Se fosse o comandante do bando, teria ordenado o «salve-se quem puder!» Mas não era o comandante do bando. Nunca lhe tinham confiado o comando dum grupo de combate. Era apenas um atirador de pontaria infalível, com uma carabina de precisão..."
© Blog da Rua Nove

D. António de Barroso – Missionário / Cientista / Missiólogo





 D. António de Barroso – Missionário / Cientista / Missiólogo «Selecção Introdução e Notas por António Brásio» – António Brásio – Centro de Estudos Históricos Ultramarinos – Lisboa – MCMLXI. Desc. LIII + 685 pág + 19 Gravuras / 24,5 cm x 17 cm / Br. Ilust.

Bom Estado

António José de Sousa Barroso (Remelhe, Barcelos, 5 de Novembro de 1854 – Porto, 31 de Agosto de 1918) foi missionário em África, bispo de São Tomé de Meliapor e enfim bispo do Porto. Aos 17 anos de idade vai estudar no seminário de Braga, e daqui transferido em 1873 para o Real Colégio das Missões Ultramarinas de Cernache do Bonjardim, onde se ordenou em 1879. Foi missionário cientista em Angola e em Moçambique. O seu relatório de 1894, sobre o “Padroado de Portugal em África” patenteia o valor da sua acção como bispo missionário. Em 1899, será bispo do Porto. Em 1911, quando foi dada a conhecer a «Pastoral do Episcopado Português», em que se afirma desacordo com alguma Legislação do Governo, reaviva-se a luta anti-clerical. Os governadores civis proíbem a leitura dessa pastoral e, por desobediência a essa proibição, são presos dezenas de párocos. E o próprio bispo do Porto foi preso e levado, sob custódia, a Lisboa. Sempre afirmando a determinação apostólica, D. António Barroso conhecerá depois o exílio, de onde só voltará em 1914, para, afinal, voltar a ser exilado em 1917.

35€

Africa: biografía del colonialismo

 





AFRICA José A. Benítez Cabrera

Africa: biografía del colonialismo. José A. Benítez Cabrera. Capa e sobrecapa com sinais do tempo
Ediciones R[evolución, 1964 - 445 páginas

10€

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

SABEDORIA CABINDA - Símbolos e Provérbios






 SABEDORIA CABINDA - Símbolos e Provérbios

Joaquim Martins,
Ano 19681ªEdiçãoLisboa; Junta de Investigações do Ultramar; In-4º de 565(3) páginas;
Ilustrado; Brochado
Excelente estudo sobre os povos que habitavam no distrito de Cabinda, os Bauoio, tribo Bakongo, Balinge, Bavili, Basundi, Baluangu. Profusamente ilustrado com desenhos intercalados no texto.
Exemplar com sinais de manuseamento na sobrecapa editorial, em bom estado de conservação geral.
Raríssimo

75€

DA VIDA E DA MORTE DOS BICHOS

 



DA VIDA E DA MORTE DOS BICHOS – 2 Volumes encadernados. Por Teodósio Cabral, Abel Pratas e Henrique Galvão.
CABRAL (Teodósio), PRATAS (Abel) & GALVÃO (Henrique).— DA VIDA E DA MORTE DOS BICHOS. (Subsídios para o estudo da fauna de Angola e notas de caça). Livraria Popular de Francisco Franco. Lisboa. 5 vols. 16x23 cm. E.
“Não pensou o nenhum dos autores deste livro escrever obra definitiva sobre assunto tão vasto, nem também pretenderam que ele viesse a constituir solene tratado de ciências naturais. Quiseram apenas anotar observações — algumas que eram inéditas, outras que andarão já recolhidas pela atenção de caçadores menos expansivos, outras ainda que, porventura, já constam das centenas de livros que, sobre caça, se têm publicado nas sete partidas do mundo. (...) Não se trata de um livro de caça, no sentido que, correntemente, orienta os livros deste género, isto é, apenas um volume de narrativas venatórias para distracção de burgueses ou manual de técnica para aprendizagem de devotos. É , sobretudo, um livro que pretende dizer sobre a vida e os costumes dos animais bravios, sobre a sua psicologia, as coisas, novas e velhas, que a observação do caçador surpreende quando, nesta acção de caçar, é o seu espírito de molde a não se fixar exclusivamente no termo final — a morte do bicho (...)”

90€



quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Os Militares, as Artes e as Letras : os 25 anos do 25 de Novembro : Reflexão

 










Os Militares, as Artes e as Letras : os 25 anos do 25 de Novembro : Reflexão

[Muito bem conservado]
Este livro pretende reproduzir o essencial do conjunto de dez eventos ocorridos em Oeiras, de 14 de Outubro a 10 Dezembro de 2000, por ocasião dos 25 anos do 25 de Novembro, completando,
assim, a documentação então produzida, ou seja, um catálogo e uma separata.
São dezenas de intervenções e reflexões de outros tantos protagonistas dos acontecimentos importantes então vividos, que representam um contributo indispensável para a História contemporânea de Portugal.
Para além de militares, intervieram representantes da sociedade civil e da actual juventude partidária, já que esta edição visa recordar factos e informar quem os não viveu na globalidade, quase todos nós.
É um trabalho de equipa concebido, desenvolvido e avaliado, essencialmente, por uma comissão organizadora e pela Câmara Municipal de Oeiras.
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Descrição Física:
AUTOR(ES): Cunha, Manuel Barão da, 1938-, ed. lit.
EDICAO: 1a ed
PUBLICACAO: Lisboa : Notícias, 2001
DESCR. FISICA: 365 p. : il. ; 23 cm
COLECAO: Artes e ideias


12€

Paraíso Triste: O Quotidiano em Lisboa durante a II Grande Guerra

 Paraíso Triste: O Quotidiano em Lisboa durante a II Grande Guerra

Autor: Maria João Martins
Edição: Vega
Ano: 1994
Páginas: 246
Encadernação: Mole
Capa: Luís Eme
Depósito Legal: 84464/94
ISBN: 972-699-474-8
Profusamente ilustrado.
Em 1943, o filme Casablanca mostrava como Lisboa era vital para quem fugia à perseguição nazi e aos horrores da guerra. Lugar de passagem e esperança para milhares de refugiados, famosos ou não, a capital portuguesa viveu então um momento muito particular da sua História. Neste livro, fala-se das angústias quotidianas desses refugiados, do racionamento de alimentos e combustível, mas também da oferta cultural, da literatura atenta ao mundo, dos dias áureos da rádio, do cinema, das praias favoritas dos lisboetas e dos resultados do futebol. «Em Lisboa - escreveu Saint-Exupéry na sua Lettre à un Otage representava-se a felicidade para que Deus acreditasse nela». É dessa felicidade e dessa representação, que o Paraíso Triste pretende falar.


10€ (com portes incluídos)

Portugal Agricultura e Problemas Humanos

 




Portugal Agricultura e Problemas Humanos

Autor: Gonçalo Santa-Ritta
Edição: Terra Livre
Colecção | Nº: Problemas Quotidianos
Ano: 1979
Páginas: 196
Encadernação: Mole
Capa: Tóssan
Ao elaborar o plano deste livro, procurei ter sempre presentes os ensinamentos e os exemplos de Mário de Azevedo Gomes, meu querido mestre e saudoso amigo. A dignificação do homem rural, a valorização da terra portuguesa, a interpretação das razões históricas, geográficas e sociológicas que condicionaram a nossa agricultura, a necessidade de superar os atrasos institucionais e técnicos que dificultaram a inserção da economia portuguesa na Europa, foram temas que muito debati com o insigne democrata e que marcaram profundamente o meu espírito. (...) Menos que trabalho de divulgação elementar, considera-se o livrinho como obra de informação e síntese (...). in Prefácio.

6€

terça-feira, 16 de maio de 2023

CURSO DE GEOLOGIA DO ULTRAMAR.

 





CURSO DE GEOLOGIA DO ULTRAMAR.

Realizado na Faculdade de Ciências de Lisboa, em 1964, com o patrocínio da Fundação Gulbenkian. Junta de Investigações do Ultramar. Lisboa. 1968. De 25x19 cm. Com 205 págs. Brochado. Ilustrado com fotogravuras, e quadros de dados em extratexto. Obra que reúne os colaboradores dos professores Assunção, Carrington e Teixeira e Leme. Apenas o 1º volume desta obra. Idioma: Português
Por abrir

10€

CONTRIBUIÇÃO PARA UMA POLÍTICA DE REORDENAMENTO RURAL NO ULTRAMAR.


 



CONTRIBUIÇÃO PARA UMA POLÍTICA DE REORDENAMENTO RURAL NO ULTRAMAR.

SERRIO RAVARA. (Maria Rosa)
Licenciada em Direito. Nº 81. Estudos de Ciências Políticas e Sociais. Centro de Estudos Políticos e Socialis. Junta de Investigações do Ultramar. Lisboa. 1970. De 25x20 cm. Com 147, [x] págs. Brochado. Ilustrado em extratexto sobre papel couché. Copiar para abrir. Estudo contendo uma análise comparativa entre o sistema de povoamento cultural na Província Portuguesa de Angola e os sistemas homólogos em uso nas Repúblicas da Guiné, da Costa do Marfim, do Mali, do Congo (Quinshasa), da Tanzânia, Quénia e Uganda, da África do Sul, e ainda em Israel, aos quais consagramos capítulos autónomos. Dentro de cada capítulo sumaria a situação dos países elencados, enunciando as linhas gerais da respetiva política de povoamento e emitindo apreciações a respeito das principais direções, numa ação geral de desenvolvimento económico e social. Termina emitindo considerações acerca das modalidades de povoamento nos territórios ultramarinos portugueses, no quadro mais vasto da "promoção social, fomento e povoamento". Idioma: Português.
Por abrir

15€

Política de bem-estar rural em Angola

 




Política de bem-estar rural em Angola : ensaio / Amadeu de Castilho Soares. Lisboa : Junta de Investigações do Ultramar, 1961.

DESCR. FÍSICA:
278 p. ; 26 cm
COLECÇÃO:
(Estudos de ciências políticas e sociais ; 49 )
Nunca foi aberto

15€

Luta Pelos Mercados Africanos (A)

 




Luta Pelos Mercados Africanos (A)

Tipologia Ensaios (Diversos)
Autor Rosas, João Dias
Edição Junta de Investigação do Ultramar
Local de publicação Lisboa
Data1958
Bom Estado

10€

Micropedologia de alguns dos mais representativos solos de Angola

 




Micropedologia de alguns dos mais representativos solos de Angola

Autor: CONDADO, João Luís Afonso
Editora: Memórias da Junta de Investigações do Ultramar
Local: Lisboa
Ano: 1969
Idioma: Português
In-4º, 142 págs., br., Ilustrado.
Por abrir
Raro e cientificamente relevante

15€

Filosofia tradicional dos cabindas (I vol.)

 




Filosofia tradicional dos cabindas (I vol.) – José Martins Vaz

Agência-Geral do Ultramar
1969
Filosofia Tradicional dos Cabindas é um estudo muito completo do que se convencionou chamar a literatura oral do povo em epígrafe. Compreende a interpretação de uma série de testos de panela, seguida de colecções de provérbios, adivinhas e fábulas.

25€

Photobook Africano – Djarama PAIGC






Photobook Africano – Djarama PAIGC
Djarama PAIGC: Obrigado PAIGC : Imagens de Guiné-Bissau. Koen Wessing. C.I.D.A.C., 1974 - 52
Imagens da Guiné-Bissau. Uma Reportagem Fotográfica de. Centro de Investigação para o Desenvolvimento Amílcar Cabral. Lisboa. SD. De 25x20 cm. Com 48 págs. Brochado. Profusamente ilustrado com fotografias a preto e branco. Legendas das imagens em português e neerlandês.
Raríssimo. Em bom estado

25€

HISTÓRIA DA AAM ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DE MOÇAMBIQUE






HISTÓRIA DA AAM ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DE MOÇAMBIQUE (1964-1975) - livro por Carlos Lopes Pereira e Luis Gonzalez, 1ª edição, Calendário das Letras, 2016. Livro novo.


15€

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

PARA O ESTUDO DA MELANCOLIA EM PORTUGAL

 




NIKIAS SKAPINAKIS - PARA O ESTUDO DA MELANCOLIA EM PORTUGAL

Autor Nikias Skapinakis
Editor Museu do Chiado
Nº de páginas 88
Data/Período estimado 1996
Informação adicional Retrospectivas de Retratos 1955-1974.
Estado de conservação Bom estado
Raro
Com a série Para o estudo da Melancolia em Portugal (1955-1974), Nikias Skapinakis oferece-nos um daqueles espelhos em que as elites intelectuais se podem rever de um só golpe de vista e em corpo inteiro.
Obras como ‘Os Quatro Críticos’, ‘Encontro de Natália Correia com Fernanda Botelho e Maria João Pires’, ‘As Três Graças’, ‘Botequim’, 'Tertúlio', constituem o núcleo mais importante da série. Série, que encerrou, aliás, em 1974. Com a mudança de regime, em 25 de Abril de 1974, a nova situação democrática tornava realidade o sonho da livre expressão da palavra e da alegria. Para Nikias Skapinakis, porventura, deixara de fazer sentido um estudo sobre uma melancolia que fora indiferença amarga para numerosos artistas e intelectuais portugueses, prolongada na sombra da ditadura.
Textos de José-Augusto França, Nikias Skapinakis, Raquel Henriques da Silva e Fernanda Botelho.

15€

"O Cinema Português nunca existiu"

 


Livro Filatélico "O Cinema Português nunca existiu" de João Bénard da Costa. Edição do Clube do Coleccionador de 1996. Actualmente esgotado nos CTT


20€


O Cinema sob o olhar de Salazar

 



O Cinema sob o olhar de Salazar

Autores: Alberto Pena Rodríguez, Álvaro Garrido, António Pedro Pita, Cristina Barcoso, Fausto Cruchinho, Heloísa Paula, Jorge Seabra, José Matos-Cruz, Luís Reis Torgal, Paulo Filipe Monteiro, Paulo Jorge Granja
Coordenação: Luís Reis Torgal
Editora: Temas & Debates
Ano: 2001 (Outubro)
Capa: Fernando Rochinha Diogo
Edição: 1ª edição
Nº de páginas: 432
Dimensões: 15,3 x 24 cm
Estado de conservação: Muito bom
Sinopse: Não se trata de saber como Salazar apreciava o cinema que via, mas como foi encarado o cinema no tempo do Estado Novo e pelo Estado Novo. Produzia-se, realizava-se, comentava-se, via-se cinema, em muitos casos sem que houvesse um controlo directo do regime ou um entendimento da mensagem do regime. O cinema dos anos 30 aos anos 70 do século XX era vigiado, censurado, além de aproveitado como forma de propaganda. Mas com o avanço do Estado Novo, verificou-se uma transformação nos filmes produzidos. E o regime, embora não se revisse nesses filmes, também não os enjeitava, crendo que demonstravam uma certa inovação estética e poderiam ser encarados como um emblema da «modernidade» sempre afirmada e adiada no Portugal de Salazar e Caetano.

20€ raro

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

A Arte do Cinema.






 Rudolf Arnheim. A Arte do Cinema. Tradução de Maurice Francis Nunes. Prefácio de Domingos Mascarenhas. Editorial Aster, 1960, 232 p.

Razoável estado

10€

M REVISTA DE CINEMA 2/3

 




M REVISTA DE CINEMA 2/3 • FEV 1977 A Regra do Jogo, Edições 90 pgs • Fizeram este número duplo Bernardo Frey, João Botelho, Jorge Alves Da Silva e Manuela Viegas. Colaboraram com B. F. sobre os cineclubes Vitor Martins & Priscila Soares. E ainda João Bénard da Costa, Alberto Seixas Santos, Robert Kramer, Serge Daney, António Pedro Vasconcelos, Serras Gago, Jean-Louis Comolli, José Sousa Ribeiro & Manuel António Pina

"Vi Saló ou os 120 dias de Sodoma uma só vez e há cerca de quinze dias. De então para cá o que tenho pensado, lido, visto e ouvido sobre o filme, misturou-se com o que tenho pensado, lido, visto e ouvido. Em que medida essa única visão beneficiou com tudo isso, não sei ainda. (...) Pier Paolo Pasolini, o cineasta que tanto dissertou sobre as diferenças entre «cinema-prosa» e «cinema-poesia» despediu-se de nós com um «poema em forma de rosa», título de um dos seus livros de poemas. E com ela foi povoando a cena de que nos lançou fora. Quando os soldados, no plano final, pousam as pistolas e começam a dançar, só restava ao realizador perfazer-se. Ou seja, como sempre nos ensinou, morrer. Filme sacrificial mais do que qualquer outro, Saló é uma obra dada em espectáculo ao mundo e aos homens. É um filme de quem levou as suas paixões até ao limite do que consentia o seu próprio ponto de vista. É ainda a mais implacável demonstração do carácter assassino de toda a lei, e consequentemente, a sustentada assumpção do poder vivificador do espírito.”
Porgi, Amor ou Sodoma Vista da Lua, João Bénard da Costa.

15€