Fernando Pereira

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Linha estreita de liberdade : a Casa dos Estudantes do Império

Linha estreita de liberdade : a Casa dos Estudantes do Império Monografia Autor Faria, António Edição 1ª ed Editor Lisboa Colibri, 1997 Série Estudos de história regional Idioma Português Estado Novo 15€ Um novo texto com a qualidade, o escrúpulo científico e o estilo brilhante a que Manuel Simões nos habituou. Fala-nos de um livro que aborda a história da Casa dos Estudantes do Império…Imagem1 A Casa dos Estudantes do Império, criada em 1944 por vontade do governo do Estado Novo para mais facilmente controlar os movimentos dos estudantes africanos que em Lisboa (ou Coimbra) frequentavam a universidade – inicialmente era composta apenas por estudantes angolanos e daí o nome primitivo de Casa dos Estudantes de Angola – veio a revelar-se um centro veiculador dos fermentos revolucionários que desembocaram na guerra de libertação nas antigas colónias portuguesas, a ponto de ser encerrada em 1965 por decisão governamental e com grande aparato por parte da polícia política.Por ali passaram intelectuais de grande prestígio como Amílcar Cabral, Agostinho Neto, Carlos Ervedosa ou Orlando da Costa, arquitectos da ideologia e da praxis que haveria de animar a luta armada contra o colonialismo e pela independência dos vários países africanos. São estes aspectos que justificam uma reflexão histórica sobre uma instituição que se identificou como núcleo unificador, até do ponto de vista linguístico, da diversidade cultural das diversas áreas africanas, espaço de debate ideológico e por isso mesmo veículo de consciencialização no sentido da auto-afirmação da identidade nacional. À partida, portanto, o ensaio histórico de António Faria (Lisboa, Ed. Colibri, 1997) revela-se de grande interesse, tanto mais que a actividade desenvolvida pela Casa dos Estudantes do Império tem sido observada por razões que se prendem mais com os aspectos literários do que com o discurso histórico, embora o Autor declare, logo na introdução, «que os acontecimentos são ainda bastante próximos para poderem ser objecto de sínteses rigorosas a que só a distância no tempo poderá conferir uma expressão mais completa e verdadeira». Apesar disso, e não obstante a imersão da CEI no espaço cultural e sócio-político português, com o qual estabeleceu ramificações inevitáveis, creio que é possível “isolar” a especificidade de um grupo heterogéneo que, partindo dos tímidos passos e da posição conservadora dos fundadores, subverteu os objectivos do projecto e contribuiu para pôr em causa os próprios fundamentos do império. Neste itinerário histórico, António Faria expõe as questões de ordem metodológica para observar depois o processo histórico subjacente à criação, ao funcionamento e à proibição da CEI. Sobre estes aspectos teria sido pertinente – e talvez fundamental – uma observação sistemática do órgão da CEI, “Mensagem”, até porque se trata de um instrumento pouco conhecido. No presente ensaio há apenas referência ao nº. 1(1946), quando se trata da fundação e da polémica que se lhe seguiu; ao nº. de Novembro de 1962 sobre os problemas da integração e da alienação; e a dois números de 1963, desta vez para acentuar o «factor de unidade e consciencialização», embora na bibliografia se cite genericamente, como fontes, os números de 1944-1964. De resto, é o próprio António Faria quem afirma haver «nas páginas das publicações da Casa dos Estudantes do Império uma preocupação que não se confina ao interesse meramente literário», ainda que o texto literário possa muitas vezes ser a representação de eventos que ultrapassam o aspecto ficcional. Sem pretender fazer a história de um grupo, de um tempo ou de um espaço, o primeiro capítulo de “A Geração da Utopia”, de Pepetela, por exemplo, está intimamente ligado aos mecanismos e à atmosfera que se vivia na CEI. E referindo-se especificamente às edições da Casa dos Estudantes do Império, já Mário António (“Reler África”, 1990) referiu que anunciavam a tempestade que iria abalar o império tão despudoradamente exibido no nome da instituição (cit. por A. Faria, p. 73), o que representa mais uma razão para aprofundar estes aspectos e empreender um estudo da história a partir dos próprios órgãos da CEI: o “Boletim” e a “Mensagem”, de Lisboa, e o “Meridiano” da delegação de Coimbra. A propósito de Mário António, cuja obra poética me merece o maior respeito, parece-me que se trata de uma figura aqui sobrevalorizada, sobretudo porque o discurso histórico reivindica a metodologia da isenção. De facto, diversas vezes é invocada a autoridade do malogrado poeta, sem que se note a utilização do filtro crítico. Por exemplo, no cap. 6, escreve-se que «Mário António recusa aceitar as descrições de Mário de Andrade quanto à existência efectiva do ‘movimento cultural’ Vamos Descobrir Angola». E acrescenta António Faria: «Há nos textos de Mário de Andrade publicados em França relatos de ‘ocorrências revolucionárias’ duvidosas, cuja existência efectiva é controversa» (nota de p. 55). Se o Autor levanta a questão duma ficção política e cultural e a trata nestes termos, então a ficção tanto pode depender de Mário de Andrade, como de Mário António, como ainda do próprio Autor. No fim de contas, a questão de fundo que marca essencialmente o ensaio de António Faria consiste no carácter esquemático da análise histórica, nunca exauriente, aspecto tanto mais estranho se considerarmos que esta obra tinha como precedente outro ensaio do Autor: “A Casa dos Estudantes doImpério: Itinerário Histórico” (1995); e que teria sido possível apreender o discurso histórico globalmente veiculado pela revista “Mensagem” através da edição, em 2 vols., do corpus integral daquela revista (“Mensagem-Casa dos Estudantes do Império”, Lisboa, ALAC, 1996), com organização de Manuel Ferreira, edição que me parece ostensivamente ignorada neste trabalho. (Texto publicado precedentemente, com variantes, na revista “Rassegna Iberistica” (Veneza), Novembro de 1998). 15€

Sagrada Esperança

Sagrada Esperança Neto, Agostinho Editor: União dos Escritores Angolanos Categoria: Literatura : Poesia Africana Ano: 1979 Idioma: Portugues Páginas: 150 ENCADERNAÇÃO: Capa Dura ILUSTRAÇÕES: Não ESTADO: Aceitável OBSERVAÇÕES AO ESTADO: Tem uma dedicatória de oferta no interior! 25€

CONFRONTO EM ÁFRICA WASHINGTON E A QUEDA DO IMPÉRIO COLONIAL PORTUGUÊS

CONFRONTO EM ÁFRICA WASHINGTON E A QUEDA DO IMPÉRIO COLONIAL PORTUGUÊS WITNEY W. SCHNEIDMAN Confronto em África : Washington e a queda do império colonial português Witney W. Schneidman apresentação. Frank C. Carlucci introdução. Leonardo Mathias trad. Nuno Bon de Sousa ; rev. Mendo Castro Henriques Lisboa Tribuna da História, 2005 346 páginas .23 cm

Mocidade portuguesa : breve história de uma organização salazarista

Mocidade portuguesa : breve história de uma organização salazarista Lopes Arriaga Lisboa : Terra Livre, 1976. 194 páginas ilustrado 21 cm Bom Estado 15€

48 ANOS DE FASCISMO EM PORTUGAL

48 ANOS DE FASCISMO EM PORTUGAL Edição: c23 Autor: Carvalhas,Carme 48 anos de fascismo em Portugal / Carme Carvalhas Lisboa : C. D. Carvalhas, 1974 195, 19 cm Cadernos Maria da Fonte : 4

'AS LÁGRIMAS E O VENTO'

'AS LÁGRIMAS E O VENTO' De Manuel dos Santos Lima MANUEL DOS SANTOS LIMA nasceu em Angola, na cidade de Silva Porto, em 1935. A sua infância, passada no interior, é testemunha sensível dos vexames e lágrimas do seu povo oprimido pela noite colonial que M. Santos Lima denunciará, mais tarde, no seu primeiro romance,"AS SEMENTES DA LIBERDADE." Em Lisboa, cursa direito e entretanto colabora em â"˜Mensagem", órgão da Casa dos Estudantes do Império. Em 1956 vai a Paris, como delegado por Angola, ao 1º Congresso Internacional dos Escritores e Artistas Negros. Alguns anos mais tarde participará, ainda, no Congresso dos Escritores Afro-Asiáticos (Cairo, 1962), no Congresso dos Escritores Negros (Montereal, 1968), e no Congresso de Francofonia (Quebec, 1971). Mas as actividades sócio-culturais do autor de â˜Kissange" são suspeitas à PIDE que lhe interditou a saída de portugal entre 1958 e 1961, data em que desertou do exército português para aderir activamente ao movimento de libertação de Angola. Ex-membro do comité Directivo do MPLA, Manuel dos Santos Lima foi o fundador e o primeiro e o primeiro comandante em chefe do Exército Popular de Libertação de Angola (EPLA). Desta sua experiência vivida, nascerá, em termos de ficção empolgante e dramática, o primeiro grande romance sobre a guerra de Angola AS LÁGRIMAS E O VENTO Raro 25€

Angola, Juventude em Fuga

Angola, Juventude em Fuga Paula Maria Prefácio de Vera Lagoa. Braga Editora, 1977 (1ª edição). Livro como novo, 163 páginas.

ANGOLA - PEQUENA MONOGRAFIA

ANGOLA - PEQUENA MONOGRAFIA Autor(es)Norberto Gonzaga Edição da Agência Geral do Ultramar Português Observações Ultramar - Monografia de grande qualidade Obra de grande qualidade, sucessivamente reeditada e actualizada, com 286 páginas. Um livro fundamental para ficar a conhecer esta antiga colónia portuguesa e as suas riquezas e desenvolvimento 20€ (portes incluídos)

ANGOLA A FOGO INTENSO

ANGOLA A FOGO INTENSO Autor(es) JOSÉ GONÇALVES Editora COTOVIA «JOSÉ GONÇALVES, ECONOMISTA ANGOLANO, 48 ANOS. EXILADO AOS 18 ANOS EM VIRTUDE DAS PERSEGUIÇÕES MOTIVADAS PELO SEU ENCORAJAMENTO ANTI-COLONIAL, REGRESSOU A ANGOLA APÓS O 25 DE ABRIL, FAZENDO PARTE DAS CORRENTES DEMOCRÁTICAS OPOSTAS À GUERRA CIVIL» COTOVIA. LISBOA. 1991. 120 PÁGS. ESTADO RAZOÁVEL

Lisboa e Salazar (1928/1960)

Lisboa e Salazar (1928/1960) Eduardo de Sousa Pereira 272 páginas 20x26 cm Brochado Muito ilustrado com fotos a p&b, algumas desdobráveis Bom Estado Muito interessante e raro 30€